Pastores realizando eventos missionários que em nada
contribuem para o despertamento da igreja, orientação do ministério,
aperfeiçoamento da obra ou melhoramento no campo.
Quanto a esses eventos, quase sempre me impressiona a lista
dos preletores oficiais, geralmente são grandes conferencistas internacionais
que dificilmente já estiveram em um campo missionário e em nada podem
acrescentar aos ouvintes nesse aspecto.
Já estive em congressos de missões, nos quais os conferencistas
ficaram hospedados em hotéis cinco estrelas e receberam de cachê uma quantia
considerável e os missionários da igreja ficaram hospedados em uma escola e
ganharam, após o evento, uma saca de roupa usada, cada um.
Para mim isso é uma incoerência e o tal congresso poderia
mudar de nome, e se chamar qualquer coisa, menos congresso de missões.
Resumindo, depois do evento, o nível de conhecimento, compromisso e consciência
continua o mesmo. Precisamos orar para que Deus abra os olhos da liderança da
igreja, convocando missionários comprometidos com Deus e com sua obra para que
preguem em nossos eventos missionários e instruam a igreja competentemente
acerca dos desafios da obra missionária e da participação de cada um na
conquista do mundo.
Aproveito para mencionar os eventos missionários realizados
em igrejas que não tem nenhum missionário no campo, nenhum projeto de missões e
nem investem em missões na igreja local. Uma verdadeira fraude. Dinheiro sendo
arrecadado em nome de missões para ir direto para o caixa da própria igreja.
Pastores enganando a igreja de Deus para se beneficiar.
Recentemente pedi a certo pastor, a gentileza de não me
convidar novamente para ministrar em seu “Congresso de Missões”, porque quando
fui apresentada ao “único” missionário dessa igreja, trazido do campo de
trabalho para participar da festa, vi que ele não tinha os quatro dentes da
frente, estava hospedado em um quartinho atrás da igreja, sem nenhuma estrutura
e fazendo suas refeições nas casas dos irmãos durante o evento.
Não dá. Maior descuido impossível. Quando o pastor me
entregou o valor da oferta por ter ministrado três dias no congresso, embora eu
precisasse muito para nosso projeto missionário aqui no interior do Pará, eu
preferi repassá-la educadamente ao missionário para que comprasse uma prótese
dentária e passasse aquela semana que ainda ficaria em sua cidade natal, de
maneira mais digna com sua família. Não agi assim em busca de louvor e
destaque, não fiz nada além da minha obrigação como serva de Deus. Mas, ainda
hoje me pergunto, será que os organizadores daquele evento não viram as
necessidades de seu próprio obreiro? Como eles podem ocupar-se com a
organização de um evento missionário estadual se ignoram as necessidades de um
missionário que está bem diante deles?
Na verdade, nós, brasileiros, gostamos do prestígio da missão,
mas não estamos comprometidos com o custo da missão. Amamos a glória, mas
fechamos os olhos para o preço.
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