Ao longo dos anos que servimos ao
Senhor como missionários transculturais e até hoje, enquanto servimos aqui no
município de Maracanã, interior do estado do Pará, coordenando a Creche Escola
Missionária Peniel e o Curso de Missões Pakau Oro Mon já fomos amados e
acolhidos por algumas igrejas sérias e muito comprometidas com a obra
missionária. Porém, tenho visto, com muita tristeza, algumas que se orgulham de
ter muitos missionários no campo, passando uma imagem de "Igreja
Missionária" mas tal imagem não resiste a uma análise mais detalhada:
dá-se pouco apoio, paga-se mal, não há suporte espiritual, não há apoio para as
emergências e o obreiro é tratado sem nenhuma cortesia, é visto como um eterno
devedor, sem contar as pressões por relatórios mensais e a cobrança por
resultados. Quando eu voltei da missão na Bolívia, depois de muito tempo na
selva, voltei muito doente devido aos anos de extremo esforço físico e
alimentação inadequada e com uma grave infecção hepática, na época, de volta ao
Brasil, ao procurar meu secretário de missões com a receita para a compra dos
remédios ouvi que precisava ter fé na cura e não deveria incomodar mais. Quero
deixar claro que não tenho nenhuma revolta nos meu coração, amo cada uma das
pequenas partes da minha história, mas penso que podemos mudar, melhorar,
evoluir no que diz respeito ao cuidado do missionário.
Como o missionário pode avançar, conquistar,
crescer se tem que se preocupar se haverá ou não comida na mesa no dia
seguinte? Se precisa de roupas, de sapatos, de remédios? Se não há dinheiro nem
para socorrer alguém da comunidade onde se está servindo? Se falta tudo? Amados leitores, melhor dez missionários bem
cuidados do que cem sobrevivendo com dificuldades. Vamos acabar de vez com o
culto ao número e oferecer o cuidado integral àquele que foi em nosso nome em busca
das almas perdidas. Se podemos fazer mais, vamos fazer imediatamente. Vamos ter
empatia e nos colocar no lugar das famílias que abriram mão de tudo para
estarem no campo de batalha. Eu lhe convido a não amar pela metade. De tudo
isso o Senhor nos pedirá conta!
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